domingo, 23 de outubro de 2016

Geração Facebook/Whatsapp

A nostalgia tem tomado conta de mim ultimamente. Está cada vez mais difícil ver crianças soltando pipa ou brincando de esconde-esconde. Até o jogo de bola, a velha pelada entre jovens está cada dia mais rara. A bola, o pião, a boneca, o carrinho de brinquedo estão sendo substituídos paulatinamente pelas parafernálias tecnológicas. São tablets, smartfones, celulares de última geração, iphones, playstations, etc.
Certo dia eu estava em um coletivo e comecei a observar as pessoas. Quase todas, cerca de oitenta por cento estavam portando fones de ouvido ou mexendo no celular. Tentei dialogar com uma jovem que estava sentada no mesmo assento que eu mas não obtive êxito. Ela estava no whatsap e não escutou uma palavra do que eu disse. Pensei com meus botões:
Será que só eu estou errado nesse maldito ônibus? Se duvidar, até o motorista estava batendo papo pelo facebook. Nada contra a tecnologia, longe disso, é que às vezes sinto falta de uma pessoa, ou até memo um amigo que preste atenção no que estou dizendo sem ter que dividir a atenção com seu celular ou que não precise despir- se do fone de ouvido para saber o que estou tentando dizer. A realidade é que cada vez menos as pessoas, sem distinção de sexo ou idade estão sendo impulsionadas inconscientemente a se distanciarem da verdadeira amizade. Aquela que não precisa de uma tecla para dizer o que se pensa, ou de uma câmera para visualizar com quem estamos falando. Precisamos nos aproximar, ter a percepção do cheiro, do toque, das genuínas emoções.
Por esse motivo comecei escrevendo que sinto nostalgia dos velhos tempos. Das várias cartas que cansei de escrever e receber,  da visita à casa dos amigos, das brincadeiras da época, e principalmente do olhar cara a cara, da conversa quase nunca interrompida pelo toque de um celular. Essa era sem dúvida a melhor rede social.